De Coimbra. Da Saudade.
(Fotografia do dia do meu Rasganço.)
Ouvi esta frase vezes sem conta, li-a outras tantas vezes, nas fitas daqueles que diziam um adeus à Academia, à cidade dos doutores.
Sentia um arrepio forte cada vez que interiorizava esta frase, julguei imensas vezes, que esta era só mais uma frase de Coimbra. Hoje, sei o verdadeiro significado da palavra Saudade, da frase que tantas vezes li, ouvi...
Coimbra, tornou-se Saudade. Uma saudade doce, uma doce recordação. Ali vivi os melhores anos da minha vida, chorei, ri, ri muito, cantei, dancei... caí, muitas vezes, mas levantei-me mais forte do que nunca. Coimbra soube ser uma doce mãe.
Acolheu-me nos seus braços enormes, e mostrou-me o seu encanto. Que nunca irei saber transmitir por palavras porque só "te sente quem te viveu".
Nesta semana, as noites tornavam-se dias, ninguém se lembrava do que tinha que estudar, apenas interessava organizar e organizarmo-nos para tantos jantares, longos, animados. Na louca descida até à portagem fazia-se mais um amigo (que acreditavamos ser para a vida!), mais um copo que bebiamos, mais uma língua que sabiamos falar, quando apenas saíam ditongos da nossa boca... Hoje recordo as longas horas passadas na portagem, entre conversas, cantorias.. depois o amanhecer no parque, um bom dia ao senhor peregrino e um pequeno almoço animado, enfim... hoje sinto a Saudade do fernezim dos teus dias, que nunca conseguirei descrever.
Aos filhos que hoje carregas nos braços, diz-lhes para te sentires, para te viverem com todas as suas forças, de coração aberto, porque um dia para eles tu serás o que hoje és para mim... Saudade.
Levo-te comigo para a vida, sei que te vivi, te senti com todas as minhas forças, em todas as tuas arestas.
Vives em mim. Minha doce Coimbra.
Maria Inês.